Estava me olhando no espelho do banheiro, não sei se escovava os dentes ou pensava na morte da bezerra, só sei que entra Raul e me diz que quer fazer cocô. Deixo que ele faça tudo sozinho, além de ganhar autonomia, eu trabalho menos (sou um tantinho preguiçosa).
-- Tire a cueca Raul e sente na privada!
Nada mais se sentar, ele me sai com essa:
-- Mamãe, eu não penso como você!
Diante desta declaração, fico muda...não sei o que fazer.
-- Como é, Raul? Você não pensa como eu?
-- Não, mamãe, eu não penso como você.
Como já sei que uma frase como essa ele deve ter tirado de alguma situação bizarra, sigo o questionamento.
-- De onde você tirou isso, Raul? Que não pensa como eu?
Ele não soube me dizer, mas eu me lembrei exatamente o que havia acontecido:
Retirei a porta do meu banheiro, portanto, sempre que ele está no meu quarto pode ver o que faço. Outro dia, ele chegou, eu estava sentada na privada, e ele fez a pergunta de praxe:
-- Mamãe, você tá fazendo cocô ou xixi.
-- Estou fazendo xixi, Raul.
-- Mamãe, o teu xixi demora tanto, né?
-- Não, Raul, não demora. É como o seu.
-- E por que você passa tanto tempo aí sentada?
-- Ah, Raul, porque depois de fazer pipi, eu fico aqui pensando.
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