domingo, fevereiro 26, 2006

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Le pont Mirabeau

Parce que Apollinaire est encore présent.

Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Et nos amours
Faut-il qu'il m'en souvienne
La joie venait toujours après la peine

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure

Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l'onde si lasse

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure

L'amour s'en va comme cette eau courante
L'amour s'en va
Comme la vie est lente
Et comme l'Espérance est violente

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure

Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
Vai vai vai para bem longe
Vai vai vai para qualquer lugar
Vai vai vai a 12mil km daqui
Vai vai vai me abandona logo
Vai vai vai passar um mês fora

Mas, por favor, não cometa o pecado
de na era da rápida locomoção
ficar mais de uma semana
a somente 30 min de mim

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Impropérios - Das minhas conclusões sobre a mente humana

A paixão é como a depressão, retira dos seres humanos a capacidade de discernir, ponderar, raciocinar e produzir. Não quero dizer com isso que as ações acima sejam as que devemos cultivar em todas as esferas de nossa atividade humana. De forma nenhuma. Mas quero dizer que, ao se assemelhar a um estado dito anormal da atividade cerebral e do comportamento social, poderia, por apenas uma vez sequer, ser foco de pesquisas da área farmacêutica. Quantos problemas evitaríamos se nossos amigos ou nossa família nos pudessem medicar para que víssemos o que só vamos ver algum tempo depois? E se o que víssemos nos agradasse realmente, deixaríamos de tomar a pílula e viveríamos como se nada tivesse acontecido. Afinal, normalmente quando estamos bem não lembramos das fases ruins e quando estamos mal pensamos que nunca houve tempo bom.

Uma dor de verdade não cura com um gelo de mentira.

Fim de um dia triste

um vinho com sabor a suco de uva
quase nada fermentado
azeitonas pretas extremamente suaves
um livro vermelho sobre a mesa
uma mulher de preto e branco
outra de vermelho e preto
mais uma em tons de azul
a loura, a branca e a morena

na cabeça, nada mais do que bobagens
ditas sem importância

o único relevante daquele espaço
eram as voadoras de amedrontar

Irrequieta 2 - Da série: Rima básica para não perder a prática

antes de dormir
e depois de acordar
minha mente não pára
de me atormentar.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

L'Adieu - Apollinaire

J'ai cueilli ce brin de bruyère
L'automne est morte souviens-t'en
Nous ne nous verrons plus sur terre
Odeur du temps brin de bruyère
Et souviens-toi que je t'attends


Parce que dès le début de cette semaine, Guillaume Apollinaire est présent

Idéias de Wittgenstein que não param de rondar minha cabeça, ainda que seja de madrugada

Procurar entender o significado de nossas ações no mundo é um impulso tão natural quanto vão.
Não há nada para ser compreendido, a não ser no jogo do compreender e ser compreendido.
Somos todos uns filhos da puta, estamos sempre em função do nosso prazer mais imediato.

Pobre de quem acredita que possa ser de outra maneira.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Irrequieta

Um pingo de alegria
mais ansiedade
transformou
meu destino

irrelevante.
Entre o que eu digo e o que você entende, não há um fosso nem um abismo, simplesmente não há nada.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

NÓS, OS CARECAS

(Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti - 1942)

Nós, nós os carecas
Com as mulheres somos maiorais
Pois na hora do aperto
É dos carecas que elas gostam mais

Não precisa ter vergonha
Pode tirar seu chapéu
Pra que cabelo? Pra que seu Queiroz?
Agora a coisa está pra nós, nós nós...

TURMA DO FUNIL

Chegou a turma do funil
Todo mundo bebe
Mas ninguém dorme no ponto
Aí, aí, ninguém dorme no ponto
Nós é que bebemos e eles que ficam tontos

Eu bebo, sem compromisso,
com meu dinheiro, ninguém tem nada com isso
Aonde houver garrafa, aonde houver barril
Presente está a turma do funil

PIERRÔ APAIXONADO

(Noel Rosa-Heitor dos Prazeres, 1935)

Um pierrô apaixonado
Que vivia só cantando
Por causa de uma colombina
Acabou chorando, acabou chorando

A colombina entrou num butiquim
Bebeu, bebeu, saiu assim, assim
Dizendo: pierrô cacete
Vai tomar sorvete com o arlequim

Um grande amor tem sempre um triste fim
Com o pierrô aconteceu assim
Levando esse grande chute
Foi tomar vermute com amendoim

domingo, fevereiro 05, 2006

Osso

O osso do dedão do meu pé esquerdo parece sensível demais a cada pisada que dou: estará quebrado ou é um protesto por ser de esquerda?
a desculpa que você não me pediu foi a reincidência.

causação mental

estou morta
um morto não escreve
por isso estou morta
um morto não tem consciência
por isso não escreve
um morto não pensa
por isso estou morta
um morto não tem intenção
por isso não escreve
o cérebro de um morto não trabalha
por isso estou morta
ainda escrevo
não estou morta, estou em vias de
por isso.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Ma vie en rose

Des yeux qui font baisser les miens
Un rire qui se perd sur sa bouche
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens

Quand il me prend dans ses bras,
Il me parle tout bas
Je vois la vie en rose,
Il me dit des mots d'amour
Des mots de tous les jours,
Et ça me fait quelque chose

Il est entré dans mon cœur,
Une part de bonheur
Dont je connais la cause,
C'est lui pour moi,
Moi pour lui dans la vie
Il me l'a dit, l'a juré
Pour la vie.

Et dès que je l'aperçois
Alors je sens en moi
Mon cœur qui bat.

Des nuits d'amour à plus finir
Un grand bonheur qui prend sa place
Des ennuis, des chagrins s'effacent
Heureux, heureux à en mourir.

Do Raul e de sua mãe, depois de uma cabeçada.

Uma dor de verdade não cura com um gelo de mentira.