domingo, outubro 15, 2006

Sobre comportamento humano e natureza animal

Hoje duas reportagens me chamaram atenção: uma entrevista sobre a mentira nas páginas amarelas de Veja e uma resenha sobre um novo livro de divulgação de Matemática: O Universo e a Xícara de Chá.

Na entrevista ao psicólogo cognitivista, a revista buscava uma só resposta: a que a autorizaria manchetear que é da natureza do político mentir. O pesquisador informava que os que mentem se dão melhor na vida assim como, na natureza, o vírus engana o organismo para dele se beneficiar. E recorreu às inúmeras estratégias de sobrevivência e caça dos animais comparando-as às dos seres humanos quando querem se dar bem, roubando, trapaceando ou blefando.

Esqueceu-se de considerar seres humanos uma espécie diferente da dos animais pela simples capacidade de construir de forma arbitrária e convencional sistemas de comunicação que nos possibilitam falar, mentir, trapacear, criar leis de convivência, além, claro, de comparar o raciocínio humano ao animal e de mostrar as diferenças de ação que se encontram quando estes dois raciocínios são contrastados.

O livro de divulgação da matemática também me chamou atenção. Nele, um jornalista americano apresenta padrões matemáticos que nos ajudam a perceber o que é recorrente na natureza: da concha às estrelas.

Comportamento humano dos matemáticos calculam semelhanças reais.
Comportamento animal não distingue o que é da prática social do que é da natureza animal.

Moral da história: compare aquilo que é passível de comparação.
E isto não é óbvio.

Um comentário:

Leandro Costa disse...

Passei a vista por essa entrevista que não me chamou a atenção pelo título, após a postagem tive mais certeza ainda de que a entrevista não apresentaria algo de novo ou coerente.
Quanto a moral da história por natureza não gosto deste tipo de comparações, e muito menos conclusões tiradas a partir disso.